Práticas Pedagógicas
Aprendizagem Cognitiva X Aprendizagem Emocional
Publicado em 26 de janeiro de 2021Atualizado em 03 de novembro de 2022.
O ano de 2020 foi bastante propício para que houvesse um diálogo sobre a importância do desenvolvimento de competências socioemocionais e o cuidado com a saúde mental. Estamos vivendo um momento em que novas habilidades são exigidas de todos nós a todo instante. No ambiente escolar, que teve de se adaptar a uma nova realidade em um piscar de olhos, isso fica ainda mais claro.
Para que possamos falar de aprendizagem cognitiva e emocional, é preciso primeiro entender as diferenças entre esses dois conceitos. Enquanto os aspectos cognitivos concentram-se na construção de conhecimentos específicos e no conteúdo ensinado em sala, a aprendizagem emocional foca na compreensão e no controle dos sentimentos.
A escola deve ter em mente que a saúde emocional dos estudantes é tão importante quanto a aprendizagem cognitiva. Não adianta espremer os alunos por resultados acadêmicos, é importante que haja um equilíbrio. Os altos índices de depressão entre os jovens estão muito ligados à cobrança nos estudos. A escola tem cada vez mais responsabilidade de ter um olhar atento para isso.
A importância da aprendizagem emocional
Um bom exemplo da falta de aprendizagem emocional é o aluno que sabe o conteúdo ensinado na sala de aula, mas, na hora da prova, não consegue controlar o nervosismo e a ansiedade. O impacto dessa falta de controle emocional pode se manifestar lá na frente com problemas comportamentais mais graves.
Com a pandemia, ficou ainda mais claro que cada estudante tem necessidades e características próprias. Hoje, temos modelos de famílias heterogêneos e alunos que vêm de diferentes situações econômicas, emocionais e afetivas. Por isso, cada vez mais o olhar do professor deve estar focado no individual.
O professor deve ter autoridade dentro da sala de aula, mas é necessário haver equilíbrio na forma como lidamos com os jovens. Cada vez mais as escolas estão abraçando essas responsabilidades de ajudar o aluno no seu autoconhecimento. Agora, é preciso focar no emocional dos estudantes, não apenas cobrar o conteúdo ensinado, a instituição deve estar preparada para lidar com esse cenário.
Jovens e os desafios enfrentados na atualidade
A sociedade atual e o uso incessante da internet têm um grande impacto no comportamento desses jovens. As redes sociais têm interferido muito no desenvolvimento moral dos jovens, que passaram a enxergar o mundo de outra maneira. Isso acaba recaindo dentro da sala de aula também. Por isso, as aprendizagens emocionais e cognitivas têm de andar juntas e devem ter o mesmo peso no planejamento da escola.
Isso não quer dizer que devemos definir quais são as aprendizagens emocionais que todos os alunos devem construir, mas que precisamos ter um olhar mais focado no comportamento. O professor deve ouvir e entender as necessidades dos alunos. Não existe uma receita pronta, mas a escuta é um processo transformador.
A experiência e aprendizagem de outros alunos também têm o potencial de auxiliar muito nesse processo. Os alunos podem ajudar uns aos outros através de trabalhos, dinâmicas de grupos e outras atividades que permitam aos estudantes encontrar soluções para dificuldades enfrentadas. Essa é também uma boa oportunidade para que o professor possa trabalhar a responsabilidade e a empatia com toda a turma.
Trazendo o foco para o desenvolvimento de habilidade socioemocionais
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) já contempla a aprendizagem emocional em seu planejamento, tamanha é a sua importância. Assim, consolida-se o papel da escola de formar alunos que não apenas sabem o conteúdo da aula, mas que aprenderam também a lidar com seus sentimentos.
Para trabalhar esse desenvolvimento emocional, é preciso ter bastante carinho, zelo e tato com os estudantes. Esse processo costuma ser mais fácil para escolas menores, que acabam tendo um relacionamento muito mais próximo com as famílias.
Existem várias formas de incentivar o desenvolvimento das habilidades socioemocionais com atividades e conversas que ajudem os alunos a reconhecerem suas emoções e sentimentos. O professor é a pessoa que passa mais tempo com os estudantes, é ele que vai mapear as características e dificuldades da turma.
O papel da coordenação nesse processo também é importantíssimo, já que é preciso estimular o corpo docente no engajamento com os estudantes. Esse entendimento do comportamento de cada indivíduo pode ajudar no momento em que haja uma mudança de turma, e que o professor possa continuar o trabalho nos outros anos. A escola também pode contar com o auxílio de um psicólogo ou um pedagogo nesse caminho.
Como podemos ver, a escola de hoje deve ensinar para seus alunos não apenas português e matemática, mas também responsabilidade e empatia. A verdade é que as instituições de ensino sozinhas não resolverão todos os problemas emocionais desse jovem, mas cada vez mais questões emocionais farão parte do dia a dia escolar.
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