Práticas Pedagógicas
Como controlar e dosar o tempo de tela
Publicado em 20 de outubro de 2020Atualizado em 03 de novembro de 2022.
Estamos rodeados de telas por todos os lados. É bem provável que você esteja lendo este texto na tela de um computador ou celular. Nada mais normal, já que dispositivos eletrônicos têm ganhado mais espaço em nossas vidas e jovens e adultos passam cada vez mais tempo conectados.
Apesar das inúmeras vantagens que a tecnologia traz e da importância dos recursos digitais em nosso dia a dia, não é segredo que devemos moderar o tempo que passamos na frente das telinhas. Quando se trata de crianças e adolescentes, esse controle se torna ainda mais importante.
Passar muitas horas em frente ao computador ou celular pode prejudicar o desenvolvimento e formação dos jovens, principalmente em áreas como comunicação, habilidades motoras, resolução de problemas e sociabilidade. O aumento da ansiedade, a exposição precoce a conteúdos de temática adulta, o baixo rendimento escolar e as lesões por esforço repetitivo são outras consequências do uso excessivo de tecnologia. Todos com efeitos danosos à saúde individual e coletiva, com graves reflexos para o ambiente familiar e escolar.
Isso não quer dizer que as crianças não devem nem chegar perto de aparelhos eletrônicos, mas deve haver o equilíbrio para que o uso da tecnologia seja um hábito saudável.
Benefícios da inserção da tecnologia na formação de crianças e adolescentes
Dispositivos eletrônicos cada vez mais acessíveis facilitaram – e muito – a introdução de novas tecnologias educacionais dentro e fora das salas de aula. Com vantagens claras e incontestáveis, tanto para alunos quanto para professores, recursos e equipamentos tecnológicos se tornaram importantes aliados ao processo de ensino.
Quando utilizados da maneira correta, celulares e computadores ajudam a prender a atenção dos alunos deixando o conteúdo verdadeiramente interessante, independente da matéria. Além disso, aparelhos eletrônicos funcionam como ótimas ferramentas de apoio ao professor, permitindo incrementar as aulas e oferecer conteúdos mais interativos e que despertem o interesse genuíno do aluno em participar do processo.
Essas tecnologias ainda facilitam o acesso a informações, notícias, e-books e plataformas de ensino. Com aulas mais interessantes e integração facilitada, a dedicação do estudante aumenta e ele pode alcançar melhores resultados.
Os prejuízos do uso excessivo de dispositivos eletrônicos
Como essas tecnologias são recentes, ainda não existem pesquisas de longo prazo que meçam o impacto do uso de aparelhos digitais em crianças, embora alguns estudos indiquem que o uso excessivo desses dispositivos pode causar prejuízos no desenvolvimento cognitivo e social e na saúde de crianças e adolescentes.
Apesar dos inúmeros benefícios que a tecnologia traz para a vida dos jovens, é importante que o tempo de exposição às telas seja dosado, principalmente nas crianças mais novas. De acordo com um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças de até 4 anos devem passar, no máximo, uma hora por dia em frente a telas. O estudo ainda afirma que crianças de até 2 anos devem ficar longe de aparelhos eletrônicos.
Também segundo o estudo, deixar uma criança pequena passar muito tempo usando tablets, celulares e outros eletrônicos com telas pode atrasar o desenvolvimento de habilidades de linguagem e sociabilidade, além de gerar outros malefícios, como insônia, obesidade e ansiedade.
O tempo de tela gasto com esses dispositivos aumenta na pré-adolescência e se torna ainda maior na adolescência. Por isso, é importante tomar medidas para que esse comportamento não se agrave com o tempo.
A pandemia e o aumento do tempo de tela
Em março de 2020, a pandemia mundial de Covid-19 forçou escolas e universidades a interromperem suas aulas presenciais. Com isso, os estudos tiveram de migrar para um ambiente virtual, e um grande número de jovens passou a acompanhar diariamente as videoaulas. E essa não parece ser uma tendência passageira. É provável que muitas escolas passem a adotar o ensino híbrido, que mistura aulas presenciais com conteúdos on-line, expondo os jovens às telas por mais tempo ainda.
E não foi apenas o ambiente escolar que ficou on-line. Videoconferências passaram a ser a única forma de conversar com amigos e familiares, e a quarentena também viu a popularização das lives, que tomaram conta das redes sociais. Além disso, filmes, séries e jogos proporcionam, muitas vezes, um muito necessário respiro para pais que precisam trabalhar ou cuidar da casa. Essas tendências, consequentemente, aumentaram o tempo que crianças e adolescentes passam em frente às telas. Com isso, os limites de tempo de tela impostos por muitos pais caíram por terra.
O equilíbrio digital é importante, mesmo durante a quarentena, mas é natural, neste momento, que as crianças e adolescentes passem ainda mais tempo usando computadores e celulares para os estudos e lazer. Por isso é importante incentivar atividades como leitura, brincadeiras, exercícios físicos e interações familiares, que são uma ótima forma de tirar os jovens da frente dos aparelhos eletrônicos e estimular hábitos mais saudáveis.
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